terça-feira, 6 de janeiro de 2009

CIDADANIA LOCAL, UMA SEMENTE PARA OS TERRITÓRIOS DE PAZ!

A primeira década do século XXI vem nos confirmando que quem muda efetivamente são as pessoas!

É com esta experiência que, silenciosamente, o exercício da cidadania proporciona, na ação individual, uma dimensão capaz de TRANSFORMAR BOAS IDÉIAS, EM SEMENTES PARA A SUSTENTABILIDADE DAS LOCALIDADES DENOMINADAS DE TERRITÓRIOS DE PAZ.

A violência priva a cidadania e, conseqüentemente, a liberdade coletiva, mas estimula a liberdade interior e assim, as pessoas, nas comunidades, vão descobrindo formas alternativas para atarem ou reatarem seus laços de amizades, sociais, culturais, profissionais e etc.

Em Brasília – DF, assisti dois eventos e, como disse B. Russell, os eventos não se repetem. Um, em uma localidade onde os índices de violência são muito mais expostos aos olhos das autoridades, das mídias e, claro, da população em geral. Outro, em local onde os índices de violência não são tão visíveis para as autoridades, a mídia e para a maioria da população.

Porque então as pessoas dessas duas localidades se esforçam para atarem ou reatarem aqueles laços?

Na primeira localidade, vi uma forte mão do Estado e pouco ouvi da cidadania local. Na segunda, onde os índices estão menos expostos, vi uma presença tímida do Estado e ouvi muito da cidadania local.

Naquela, onde os índices de violência estão mais expostos, eu ouvi aplausos, perguntas tais como: quando vai começar o projeto? Como eu posso participar? Quem vai fazer isso? É o governo?

Na segunda localidade, eu ouvi: qual é o seu bloco? É o K, um senhor responde e a senhora que estava ao lado, entrou na conversa e disse: eu moro J. Agora já eram três conversando. Moravam tão perto um do outro, mas não sabiam o bloco, um do outro.

Na primeira localidade, percebi que todos, ou quase todos, conversavam uns com os outros, brincavam e riam como quem diz: ganhamos alguma coisa de alguém!

Na segunda, percebi que as pessoas foram chegando aos poucos, conversando devagar, trocando impressões, se apresentando uns aos outros, abraçando quem não viam há tempos e perguntando quem é João Paulo? Quem é Ricardo? Como eu posso colaborar? Quero saber o que vai acontecer aqui, disse uma jovem.

Duas sementes, uma plantada fundamentalmente pelo Estado, outra, por pessoas da própria comunidade.

Mesmo em espaços territoriais diferentes nos aspectos sociais, culturais, profissionais e econômicos, em sua essência, ambos os territórios precisam expor seus sentimentos de PERTENCIMENTO. Neste sentido, os dois territórios têm os mesmos obstáculos, gerando efeitos diferentes.

Sendo que, onde os índices de violência estão mais expostos, o efeito é o de não permitir que o Estado sufoque a cidadania local, partidarizando ações como a das Mulheres da Paz, dentre tantas outras.

Onde os índices de violência estão menos expostos é o de não permitir que o Estado omita-se de suas responsabilidades e manter o exercício saudável da cidadania local.

As duas sementes estão plantadas, agora é CUIDAR.

Ali, onde os índices estão mais expostos, as organizações da sociedade civil que desenvolverão junto com a população local o Projeto Territórios de Paz, em parceria com o Estado, terão uma missão honrosa: transformar uma idéia e um conjunto de ações EM UM DIREITO.

Ali onde os índices estão menos expostos, as pessoas que exercitaram sua cidadania como LIBERDADE, têm a honrosa missão de transformar o seu direito em sentimentos de PAZ.

Everardo de Aguiar Lopes

7 comentários:

Unknown disse...

Vamos juntos regar este jardim para que as sementes possam germinar e frutificar PAZ em todos os CANTOS do PLANETA.
Muito bom o texto.
Um abraço,
Lúcio da Silva

Beto Vale Quantum disse...

Prezado Everardo e amig@s da Paz

Acredito que possamos realizar e transformar em direito divrsos sonhos e projetos, porém, acredito que as entidades que se dão ao direito de partidarizar suas ações, estão vendendo a preço de banana sua dignidade e suas lutas.
A sociedade como agente direto de mudanças necesssárias poderá exercer sim este papel, mas sem a dominação de partidos que na sua ponta tem sonhadores, mas, na base existem monstros gananciosos por poder e dinheiro.
Vamos construir o que for possível e estiver em nosso alcance, não importa onde, mas vamos.
A participação da sociedade é essencial, não só para executar, mas no planejamento. Reduzir a distância, minimizar os abismos locais, ampliar o entendimento e a colaboração fortalece as cidades e os movimentos sociais.
Saudações solidárias,
Beto Vale

WWW.306SUL.COM.BR disse...

Diz um filosofo:

“... Não há democracia mundial possível sem uma democracia local vigorosa... Encorajaria em particular, as novas formas de democracia participativa à escala local...”

Seguindo a linha do pensador, vejo que a cidadania ativa em nível local dentro de uma proposta de unificação, integração e de um trabalho de inteligência COLETIVA norteado pelo entendimento de que somos a “HUMANIDADE = UMA-UNIDADE”, com nossas diferenças socioeconômicas – culturais e por isso devemos pensar visando o todo, acredito que essa compreensão, é uma boa linha para cultivar esse jardim de paz e prosperidade qual todos queremos.

Dentro da força da boa intenção colocada em pratica coletivamente, penso que as má intenções partidárias, econômicas, políticas será vencida pela OUSADIA INTELIGENTE UNIFICADA dos ATORES BONS de nossa sociedade começando pelas pessoas, famílias e comunidades!

Concluo minha colocação citando outro pensador que diz que um dos maiores sofrimento das pessoas e ocasionado pela falta de exercício da bondade, já que essas por serem Seres Humanos, são em essência boas. Que Deus nos abençoe!

João Paulo
Supercomunidade 306 Sul

Manoel Euzébio disse...

Prezado amigo,
Antes de uma ação coletiva, é preciso que cada um tenha uma atitude própria, quero dizer uma motivação interior. Então, a partir dessa motivação o projeto dessa ação deve ser compartilhado com outra pessoa, e assim até formar um grupo coeso e com o mesmo propósito.
No texto em questão o próposito de duas comunidades com realidades diferentes, mas com o mesmo objetivo(combater a violência),mostra que o sonho de criar uma cutura de Paz deve ser sonhado por todos os membros de uma comunidade( sociedade civil e Estado etc.)e deve haver um equilibrio entre os esses dois segmentos e sobretudo, ambos devem sentir-se pertencentes ao outro.
Enfim, a cidadania local deve ser semente para que a cultura de Paz venha ser fruto, isto é, uma realidade em todo Brasil.
Um grande abraço.
Manoel

SALA DE LEITURA FELICIDADE CLANDESTINA disse...

Espero que possamos superar nossas diferenças e deficiencias humanas para uma outra sociedade, estamos acompanhando seu trabalho e espero colaborar para acontecer..

Impressões Amazônicas disse...

Linda imagem e ótima reflexão!
Vamos agir e transformar o mundo. Parabéns, como sempre!!!
Paz e Bem!
Altamiro

Unknown disse...

É preciso cooperar sempre.
É preciso acreditar que outro mundo é possivel!!

Forte abraço;